(este poste de estreia é uma bela merda... para se irem habituando)
Passei hoje num restaurante e vi pessoas a devorar camarões
como se não houvesse amanhã. E isto fez-me confusão. Desde logo porque vai
haver amanhã porque eu vi o tempo na meteorologia, se não houvesse também não
havia previsões nesse sentido, até aqui ponto assente. Depois porque não me
parece bem que as pessoas devorem coisas sem saberem o que estão a comer.
“Eh pah são camarões o que é que isso interessa”. Ai é? E se
fossem gajas? Já interessava? Já interessava saber mais sobre elas?
(provavelmente não, eu sei, mas tenho que argumentar que sim se não a minha
teoria cai por terra). Então o que é que os camarões são menos que as gajas?
Nada! São um ser vivo que merece o nosso mais profundo respeito, admiração, e
que portanto merece que o conheçamos minimamente enquanto o devoramos
selvaticamente. E é justamente partindo deste ponto, que, me parece fazer
falta, às pessoas admiradoras deste crustáceo, uma dissertação sobre o bicho.
Desde logo muitas delas nem sabem que estão a comer um crustáceo, o que é pena,
um crustáceo nem sabe a crustáceo se acharmos que estamos a comer um molusco. E
depois, e isto indigna-me, são pouquíssimas as pessoas que sabem que o nome
deste animal que tanto prazer já deu a tanta gente tem um nome que deriva do
latim cammãros. E agora eu pergunto,
como é que é possível? Não sei, só gentinha sem um mínimo de respeito pelo que
come é que come algo sem saber a derivante do seu nome em latim, ou seja qual
for a derivante linguística do mesmo. A minha relação com a Susana do 3º
direito mudou completamente depois de eu saber que o seu nome provinha de uma
palavra egípcia esquisita que significa “flor de lótus”, é pá ó Susana desculpa
lá mas eu não como vegetais… E isto é só um exemplo, nunca mais me esquece
daqueles 3 meses em que andei com uma “mulher feliz” a achar que ela era
triste… não se faz… corri logo com a Elisa…
Mas voltando aos camarões, e até porque a Elisa não gostava
de camarões, este animal tem muito que se lhe diga. Quando estamos a degustar
um camarão, estamos a degustar mais do que isso. Estamos ali agarrados a mais
que um simples crustáceo. Aquilo não é um crustáceo qualquer, aquilo é bichinho
que pertence à classe Malacostraca, e dentro disso pertence á restrita ordem da
Decapoda, é mais difícil entrar na ordem da Decapoda, do que entrar na
maçonaria, por isso tenham respeitinho pelos camarões e enquanto os comem pelo
menos demonstrem que têm algum conhecimento sobre a sua espécie e sobre a sua
vida para que eles também não sintam que estão a ser comidos por um estranho… Sei
lá frases do género: “Ouve lá ouvi dizer que tens um sistema nervoso formado
por gânglios bem desenvolvidos? É verdade ou é só pessoal que gosta de dizer
coisas camarãozinho?”. E pumba mais uma dentada… (só têm duas hipóteses ou
mordem o abdómen ou o cefalotórax… aquilo é bicho que só tem duas partes…).
O que é que foi esta merda? Pois, não sei…
A partir de hoje, antes de comer um camarão, vou olhar duas vezes para ele e pensar no que tu escreveste ! Muito bom, gostei.
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