quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Muito mais que um crustáceo



(este poste de estreia é uma bela merda... para se irem habituando)

Passei hoje num restaurante e vi pessoas a devorar camarões como se não houvesse amanhã. E isto fez-me confusão. Desde logo porque vai haver amanhã porque eu vi o tempo na meteorologia, se não houvesse também não havia previsões nesse sentido, até aqui ponto assente. Depois porque não me parece bem que as pessoas devorem coisas sem saberem o que estão a comer.
“Eh pah são camarões o que é que isso interessa”. Ai é? E se fossem gajas? Já interessava? Já interessava saber mais sobre elas? (provavelmente não, eu sei, mas tenho que argumentar que sim se não a minha teoria cai por terra). Então o que é que os camarões são menos que as gajas? Nada! São um ser vivo que merece o nosso mais profundo respeito, admiração, e que portanto merece que o conheçamos minimamente enquanto o devoramos selvaticamente. E é justamente partindo deste ponto, que, me parece fazer falta, às pessoas admiradoras deste crustáceo, uma dissertação sobre o bicho. Desde logo muitas delas nem sabem que estão a comer um crustáceo, o que é pena, um crustáceo nem sabe a crustáceo se acharmos que estamos a comer um molusco. E depois, e isto indigna-me, são pouquíssimas as pessoas que sabem que o nome deste animal que tanto prazer já deu a tanta gente tem um nome que deriva do latim cammãros. E agora eu pergunto, como é que é possível? Não sei, só gentinha sem um mínimo de respeito pelo que come é que come algo sem saber a derivante do seu nome em latim, ou seja qual for a derivante linguística do mesmo. A minha relação com a Susana do 3º direito mudou completamente depois de eu saber que o seu nome provinha de uma palavra egípcia esquisita que significa “flor de lótus”, é pá ó Susana desculpa lá mas eu não como vegetais… E isto é só um exemplo, nunca mais me esquece daqueles 3 meses em que andei com uma “mulher feliz” a achar que ela era triste… não se faz… corri logo com a Elisa…
Mas voltando aos camarões, e até porque a Elisa não gostava de camarões, este animal tem muito que se lhe diga. Quando estamos a degustar um camarão, estamos a degustar mais do que isso. Estamos ali agarrados a mais que um simples crustáceo. Aquilo não é um crustáceo qualquer, aquilo é bichinho que pertence à classe Malacostraca, e dentro disso pertence á restrita ordem da Decapoda, é mais difícil entrar na ordem da Decapoda, do que entrar na maçonaria, por isso tenham respeitinho pelos camarões e enquanto os comem pelo menos demonstrem que têm algum conhecimento sobre a sua espécie e sobre a sua vida para que eles também não sintam que estão a ser comidos por um estranho… Sei lá frases do género: “Ouve lá ouvi dizer que tens um sistema nervoso formado por gânglios bem desenvolvidos? É verdade ou é só pessoal que gosta de dizer coisas camarãozinho?”. E pumba mais uma dentada… (só têm duas hipóteses ou mordem o abdómen ou o cefalotórax… aquilo é bicho que só tem duas partes…).
O que é que foi esta merda? Pois, não sei…

1 comentário:

  1. A partir de hoje, antes de comer um camarão, vou olhar duas vezes para ele e pensar no que tu escreveste ! Muito bom, gostei.

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