Tenho coisas para dizer
(denominador comum que todos os textos neste blog “O TIOrias tem algo para
dizer”, e depois vai-se a ver e só diz merda), e desta vez é sobre
vegetarianos. Ora bem, antes de mais nada parece-me claro que estamos a falar
de gente que não sabe ir à caça. Esta é uma filosofia que presumo tenha principiado
no tempo dos povos recolectores, pois todas as filosofias têm raízes ancestrais
(menos a filosofia tunning que só fez sentido começar a existir quando foram
inventados os carrinhos de choque), e isto foi alguém que nesse tempo não sabia
como espetar uma seta no lombo de um rinoceronte e então só comia fruta e
vegetal. E o pessoal dizia “Eh ó Alcino tu só comes amoras e rosmaninho, pá?”,
e o Alcino do alto da sua moralidade respondia: “Sou vegetariano! E o que eu
não dava para viver daqui a 23 mil anos para poder ir à festa do Avante!”. Porque
parece-me claro que quem já provou uma folha de couve e uma posta à Mirandesa só
pode não saber caçar para optar pela couve (eu já provei ambas, escolho a
posta, porque sei caçar. Normalmente no talho do Pingo Doce. Onde compro sempre
20, 15 euros de carne, só para poder pagar com cartão). Mas eu nem quero entrar
muito por aí. Eu não sou vegetariano, porque me nego a ser atroz e insensível.
A planta é um ser vivo, como nós, tem sentimentos, como nós, gosta de parecer
bonita, como a Margarida Rebelo Pinto, portanto parece-me claro que ir lá e
cortar-lhe um bocado é magoa-la. Quando passo num campo, e isso agora em
Setembro vesse muito, e olho todas aquelas pessoas, de volta das ramadas, ali
com a tesoura: “truz”, “truz”, “truz”, a cortar vago por vago, com aquela
expressão que só reflete malvadez, como se tivessem ódio na alma enquanto o
fazem, e privam a ramada de uma parte de si, parte-me o coração, deixa-me
triste e a pensar “que vai ser daquela ramada agora?”. Ainda outro dia estava a
ver uma corrida de touros e nem me consegui concentrar na última lide porque só
me vinha a cabeça o sofrimento daquelas vides que vi serem estrupadas nessa
tarde em Santa Marta de Penaguião. Aquilo não se faz é desumano. Um caçador,
por exemplo, manda dois balázios num coelho e acaba logo ali com o seu
sofrimento, um agricultor não, arranca parte por parte, privando as laranjeiras
dos seus rebentos. Era a mesma coisa que um caçador entrar na toca de um coelho
e lhe tirar as crias, uma por uma, enquanto as ia degolando em frente da
indefesa progenitora. Isto pode até ser considerado um comportamento
psicopático. Por isso quando virem alguém na rua a comer uma maçã, tenham
cuidado com essa pessoa. Nunca se sabe o que podem esperar dali. Está na altura
da Disney fazer um filme com uma senhora que pretende arrancar a casca a 101
laranjas para fazer um casaco, vá lá… cor de laranja. E basicamente é isto. E
agora desculpem mas tenho que ir arrancar os olhos a um gato para o enterrar
vivo no quintal… é que comi uma alface e esta imprudência demoníaca só pode ser
retirada de dentro de mim com magia negra…
Sem comentários:
Enviar um comentário