terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ser vegetariano: um dilema moral




Tenho coisas para dizer (denominador comum que todos os textos neste blog “O TIOrias tem algo para dizer”, e depois vai-se a ver e só diz merda), e desta vez é sobre vegetarianos. Ora bem, antes de mais nada parece-me claro que estamos a falar de gente que não sabe ir à caça. Esta é uma filosofia que presumo tenha principiado no tempo dos povos recolectores, pois todas as filosofias têm raízes ancestrais (menos a filosofia tunning que só fez sentido começar a existir quando foram inventados os carrinhos de choque), e isto foi alguém que nesse tempo não sabia como espetar uma seta no lombo de um rinoceronte e então só comia fruta e vegetal. E o pessoal dizia “Eh ó Alcino tu só comes amoras e rosmaninho, pá?”, e o Alcino do alto da sua moralidade respondia: “Sou vegetariano! E o que eu não dava para viver daqui a 23 mil anos para poder ir à festa do Avante!”. Porque parece-me claro que quem já provou uma folha de couve e uma posta à Mirandesa só pode não saber caçar para optar pela couve (eu já provei ambas, escolho a posta, porque sei caçar. Normalmente no talho do Pingo Doce. Onde compro sempre 20, 15 euros de carne, só para poder pagar com cartão). Mas eu nem quero entrar muito por aí. Eu não sou vegetariano, porque me nego a ser atroz e insensível. A planta é um ser vivo, como nós, tem sentimentos, como nós, gosta de parecer bonita, como a Margarida Rebelo Pinto, portanto parece-me claro que ir lá e cortar-lhe um bocado é magoa-la. Quando passo num campo, e isso agora em Setembro vesse muito, e olho todas aquelas pessoas, de volta das ramadas, ali com a tesoura: “truz”, “truz”, “truz”, a cortar vago por vago, com aquela expressão que só reflete malvadez, como se tivessem ódio na alma enquanto o fazem, e privam a ramada de uma parte de si, parte-me o coração, deixa-me triste e a pensar “que vai ser daquela ramada agora?”. Ainda outro dia estava a ver uma corrida de touros e nem me consegui concentrar na última lide porque só me vinha a cabeça o sofrimento daquelas vides que vi serem estrupadas nessa tarde em Santa Marta de Penaguião. Aquilo não se faz é desumano. Um caçador, por exemplo, manda dois balázios num coelho e acaba logo ali com o seu sofrimento, um agricultor não, arranca parte por parte, privando as laranjeiras dos seus rebentos. Era a mesma coisa que um caçador entrar na toca de um coelho e lhe tirar as crias, uma por uma, enquanto as ia degolando em frente da indefesa progenitora. Isto pode até ser considerado um comportamento psicopático. Por isso quando virem alguém na rua a comer uma maçã, tenham cuidado com essa pessoa. Nunca se sabe o que podem esperar dali. Está na altura da Disney fazer um filme com uma senhora que pretende arrancar a casca a 101 laranjas para fazer um casaco, vá lá… cor de laranja. E basicamente é isto. E agora desculpem mas tenho que ir arrancar os olhos a um gato para o enterrar vivo no quintal… é que comi uma alface e esta imprudência demoníaca só pode ser retirada de dentro de mim com magia negra…

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