quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Mortos só fora do SmartPhone




E agora é que o programa de Iva Domigues com a bruxa foi por água abaixo… As tecnologias ultrapassaram a verdadeira arte da bruxaria, e isso entristece-me. Como é óbvio refiro-me a uma noticia do “The Sun” que dá conta que funerária britânica Dorset (e é bonito ver que também há quem pense em evolução tecnológica para os defuntos), criou um sistema QR (quick response, ou seja, resposta rápida, algo que os médicos que trataram dos malfadados possivelmente não tiveram), baseada num sistema em que cada lápide possui um chip (já faziam falta campas destas), que permite aos portadores de um dispositivo de Internet móvel, aceder à vida passada do falecido. Explicando: Pela módica quantia de 378 euros (que não é nada para quem quer ter uma última morada XPTO), a Dorset cria uma biografia do vosso ente-querido e coloca na Internet, apenas disponível para quem tiver o sistema QR. O objetivo, segundo os responsáveis, é preservar a memória dos indivíduos que já partiram desta para melhor (ou pior, depende, mas agora já podem ligar e perguntar). Porque segundo Stephen Nimmo, responsável por esta vanguardista ideia, as pessoas de vez em quando andam a passear pelos cemitérios (e se este não é um sitio agradável para se passear não sei qual será), e querem saber quem é determinada pessoa, e não podiam (agora podem graças a este brilhante criador). Eu confesso que isto me ajudará muito. Quantas vezes não andava eu a passear pelo cemitério, e passava juntos às lápides e pensava: “Hum… quem será esta senhora? Tudo bem, sei o nome dela, a sua data de nascimento e falecimento, mas quem será ela? O que fazia? Quantos filhos tinha? Como gostava do bife?” E não obtinha respostas, o que me irritava profundamente. Vai daí à falta de dispositivo móvel que me auxiliasse nas minhas inquietações, tinha que ir para casa a correr, enviar um mail à bruxa da TVI, candidatar-me ao programa, mas nunca fui chamado para tal espetáculo. Agora percebo porquê. O número de pessoas com as mesmas questões que eu, deve ser enorme. Enfim, mais uma vez vale-nos a tecnologia, eu como gosto de estar um passo à frente estou a pensar numa rede social baseada no mesmo propósito… pode ser que resulte.

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